“museu fiel aos princípios da cultura, não há censura nem restrições, pois estamos a falar do Museu do Vinho e da Vinha de Bucelas e não do Museu Serralves. Aqui mostra se tudo Robert Mapplethorpe! Sem castrações aos autores.”

A vida de casado muda muita coisa (não sabem do que falamos?). Então espreitem a última rúbrica do Somos Very Bucelas por favor! Para o Celas, acabaram-se as tardes no café com os amigos a discutir os eventos desportivos da semana e a quantidade de toupeiras que se apanham hoje em dia. Agora, há que fazer planos conjuntos com a sua esposa, que tenham uma vertente um pouco mais cultural. Segundo a Buce, o Celas tem sido bastante difícil de convencer em mudar velhos hábitos mas quando lhe disse que iam ao Museu do Vinho e da Vinha os seus olhos até começaram a brilhar. “ Essa é a minha praia!”, disse o Celas.
Assim, lá foram eles fazer a sua visita guiada ao museu e o Celas identificou-se tanto com a experiência que se candidatou de imediato a um trabalho no museu. As qualificações do Celas não davam para grande coisa ligada à cultura, mas se há uma coisa de que o homem percebe é de vinho, e esta oportunidade não podia ser perdida. Desde esse dia que o Celas é o “guia espiritual do Museu do Vinho e da Vinha”. Claro que a equipa do Somos Very Bucelas tinha que ser o primeiro convidado de honra.
Logo na primeira sala do museu sentimos a emoção do Celas. Pensámos que seria por estarmos numa sala dedicada ao vinho Arinto e às suas vinhas e costumes mas depois percebemos que existe uma imagem do tetra-avô saloio do Celas, que se encontra no Museu desde a sua primeira exposição titulada de “A Taberna”. As semelhanças são mais do que evidentes.

Guia para um final feliz

Museu do Vinho e da Vinha

Não há tabus históricos com o vinho Arinto nem com os seus famosos apreciadores, tal como William Shakespeare que teve uma morte causada por embriaguez. Carece de confirmação histórica mas sabemos de fonte segura que o vinho Arinto nessa noite não teve nada a ver com a tragédia, talvez tenha sido absinto…
O nosso guia de hoje deixa-se inspirar com a conversa do dramaturgo inglês, e no próprio momento recita um poema da sua autoria:

Este maravilhoso Arinto, leva-me a mão pelo copo
Que lindo Arinto, apenas até ao momento que me obriga a dançar
Este sabor doce que nunca irá acabar.
Vem até ao meu mundo boémio
Meu doce, doce Arinto.

Neste momento toda a equipa do Somos Very Bucelas teve um ar de apoio para o Celas, mas o nosso guia tem talento zero para poemas! Inspiração para este menino só e apenas quando está em provas de vinho em Bucelas para pagar “bola” e beber sempre de copo cheio.

Fomos ainda conhecer a antiga sala do lagar e percebemos como foi a fundação de uma das grandes casas de vinhos da região, a Adega João Camillo Alves, adjacente à exposição temporária “O Lagar” (exposição que altera de ano para ano).
Tivemos um acesso privilegiado aos bastidores do museu, mas quando estávamos a admirar a sala dedicada à Rota Histórica das Linhas de Torres (ficámos boquiabertos com o que aprendemos nesta sala), estranhámos a ausência do Celas.
Mais à frente percebemos que se estava a babar enquanto admirava os vinhos disponíveis na loja do Museu (sinceramente, não era caso para menos).