“Em três bancas consegue-se toda a indumentária para um casório ou todo o vestuário para estar 3 dias seguidos em casa a ver a Premier League ou todos os especiais da Casa dos Segredos.”

Conhecem a história do grilo que, de tanto cantar, se tornou num rouxinol? Não? Pois é normal, até porque a acabámos de inventar. Mas também não é essa a história que vos queremos contar.

A história que se segue é a história do ano (quiçá do século?). Tão bombástica que até o Presidente Marcelo quis estar presente, mas este evento coincidia com o seu mergulho na baía de Cascais (e por favor não tirem o mergulho diário ao nosso Presidente).

A história que se segue é uma história de amor. É a história que conta como o nosso Celas decidiu ajoelhar-se, para apertar o sapato…E já que estava de joelho no chão, aproveitou o embalo e pediu a sua namorada em casamento.

Siga então essa história “mirabolástica”…

Foi há muito, muito tempo (e já não eram nenhumas crianças) que o Celas conheceu a sua agora noiva (chamemos-lhe Buce).

O Celas e a Buce (percebem o que fizemos?) conheceram-se nos seus tempos de escola, antes de o Celas ir para a quinta da sua tia em Inglaterra apanhar morangos. Separados pela distância , a correspondência manteve-se bastante activa. De pena na mão (o Celas é hipster por isso não usa caneta) lá rabiscava o seu dia-a-dia para manter a sua querida Buce a par da sua vida. Mas aquilo eram mesmo rabiscos, ao ponto de a Buce ter que ligar ao Celas a pedir para lhe decifrar a carta, qual máquina Enigma, mas o Celas recusava-se a usar o telefone (hipsters…).

Quando voltou à sua terra natal, a primeira coisa que o Celas fez foi ir ao Rato ter com os seus amigos e por a conversa (e as minis) em dia com os seus amigos. De seguida foi fazer uma surpresa à sua Buce, mas ela não estava e então voltou para o Rato.

Foi então neste regresso, que o Celas iniciou o seu namoro e, mais tarde pediu a sua Buce em casamento e o que se segue é a preparação dessa festa.

A Preparação do Casamento

Corte de Cabelo: Barbearia do Bigodes

Se no dia-a-dia o Celas já tem um look que deixa as Bucelenses de queixo caído, imagine-se no dia do seu casamento. Para esta questão, o Celas decidiu optar por um novo negócio em Bucelas, Barbearia do Bigodes. E para ficar fã, bastou olhar para a decoração do espaço e para o estilo dos seus barbeiros, que fez o Celas voltar aos seus tempos de hipster do Arinto, onde a melhor maneira de cortar o cabelo era mesmo com uma tesoura de podar.

Apesar de ser um espaço que quer acompanhar as tendências do sector, aqui podem entrar homens, mulheres, cães e gatos. Claramente não querem problemas com as Capazes.

Entre lacas, tesouras de desbaste e tesouras de corte, o Celas podia perfeitamente ter saído deste barbeiro directamente para uma capa de revista mas prefere, claramente, ser cabeça de cartaz em todos os eventos que acontecem em Bucelas, nem que se seja na arte de estar encostado ao bar a pedir mais uma imperial.

O Casamento

Escolha do Fato: Feira de Bucelas

Não é nenhum atelier de alta costura mas o Celas também não é muito alto por isso também não precisa dessas coisas. A feira semanal de Bucelas é um mundo num largo e não precisam de fazer publicidade nem de distribuir flyers para ter freguesia. Em três bancas consegue-se toda a indumentária para um casório ou todo o vestuário para estar 3 dias seguidos em casa a ver a Premier League ou todos os especiais da Casa dos Segredos. Este tipo de feiras acabam por ser tradições, não só de Bucelas mas também de Portugal, onde os habitantes da freguesia já estranhariam a não “invasão” do largo adjacente à Igreja Matriz de Bucelas

Escolha da florista: Pérolas Infinitas

As flores num casamento são das coisas mais importantes para a noiva. Posto isto, e como cavalheiro que é (e também porque o Celas tinha alguns assuntos para se desculpar), tratou de todo este tema, e pediu o cartão de crédito à mãe para pagar a conta. Isto de casar é muito giro mas têm que sobrar trocos para fazer o típico sunset Bucelense à porta do Rato, sempre acompanhado pela música dos carros a passar.

Neste caso a escolha recaiu sobre a florista “Pérolas Infinitas”, que com os seus arranjos de flores fez o Celas sentir-se num campo de flores como a Charmian Carr em a “Música no Coração”. Isto talvez seja um exagero mas Celas gostou tanto das flores que queria ser ele a entrar na Igreja com o buquet, mas no fundo sabemos que o que ele queria mesmo era fazer o “arremesso” do buquet e ficar a ver a luta das amigas da noiva. Para o Celas tem que haver luta pelo buquet. Tradição é tradição.

Escolha do fotógrafo: Estúdios Lenita

Honestamente, a ideia do Celas para o fotógrafo era dar 5€ ao seu sobrinho “má” novo para o gaiato andar com uma Polaróide a tirar uns retratos aos convidados. Ainda bem que, graças à sua noiva, esta ideia não foi avante. Isto porque a dita noiva também já tinha requisitado o rapaz para preparar os arranjos de flores. Após uma negociação amigável lá deixaram o rapaz aproveitar a festa. Indecisos se haveriam de ter uma sessão fotográfica ao estilo dos bikinis da moda (ao Celas interessava-lhe muito) ou uma sessão de retratos do Bruce Gilden (o Celas não conhece, mas é estrangeiro por isso deve ser bom) decidiram entregar a questão das fotografias a quem sabe: os Estúdios Lenita, claro. Com vários anos de experiência na captação de fotografias e impressão é coisa para já terem fotografado várias gerações de Bucelenses.

Se bem se lembram, os Estúdios Lenita já tinham sido parceiros na primeira rúbrica do Somos Very Bucelas, tal é a confiança do Celas no seu trabalho.

Escolha da Igreja: Igreja Matriz de Bucelas

Neste ponto não há volta a dar. Não havia outra opção senão escolher a Igreja Matriz de Bucelas. Foi lá que o Celas foi baptizado, fez a sua primeira comunhão, o crisma e era também onde jogava à bola com os amigos e, como era ele o dono da bola, se estava a perder o jogo acabava logo ali.

Esta igreja existe desde 1566 e as suas paredes, certamente, têm muitas histórias para contar. Agora terão mais uma, talvez a mais bombástica de todas, pois não bastava ser um casamento Bucelense como também é o casamento do Celas, e todos sabemos o que isso quer dizer.

A chuva de confetes que se vê na imagem é sinal claro da grande festa que foi este casório. Agora há que saber quem é que vai varrer isto tudo…

Quinta de Casamento: Quinta da Murta

Este foi o grande dia do Celas. Após um banho à espanhola, à base de dois toques de água de colónia e uma troca de roupa interior, o Celas estava à porta da igreja, preparado para receber a sua noiva. À semelhança da noiva, a igreja estava magnífica. Pena que, devido à ressaca com que estava da despedida de solteiro o Celas teve que pedir que baixassem um pouco as luzes da Igreja para conseguir tirar os óculos de Sol.

O local escolhido para o copo de água foi a Quinta da Murta. A poucos quilómetros de Bucelas, situa-se no meio de vinhas numa envolvência que não deixa ninguém indiferente onde, para além de terem um espaço para casamentos, produzem também vinhos (e que vinhos!).

Com uma decoração minimalista mas requintada, fez-nos sentir que estávamos noutro mundo, tal era a sensação de isolamento para a “civilização”. Os menus e esquemas de sala ajudaram a completar a decoração, sendo a impressão dos mesmos complementadas com estampagens a ouro, tendo sido produzidos pelos nossos amigos da LouresGráfica.

Como é habitual, a festa estendeu-se noite dentro e correu tudo às mil maravilhas, tirando um ou outro desmaio dos amigos do Celas devido às duas pipas de vinho que foram encomendadas, feitas pelo nosso Zé Espiga claro.