“Amigos, boa bebida e boa música, para o Celas não é preciso mais nada para uma boa festa. E o local escolhido não fica atrás.”

Um dia de sonho para o Celas, algo que desejava desde adolescente por fim aconteceu. O nosso emissário especial em Bucelas foi convidado no seu aniversário para ir dar uma mãozinha na destilaria da sua terra, a Uisce Beatha Destilaria Bucellas. Os astros e os chakras alinharam-se e o chamamento do Celas neste mundo tornou se realidade, o Celas foi produzir as suas bebidas preferidas.
Nesta altura o Celas é um herói perante os seus amigos Bucelenses, através desta inesquecível experiência, tornada possível pela Uisce Beatha. Criada em 2014 lançou três marcas de produção artesanal que representam a originalidade e excelência da zona saloia. A decoração tem várias referências históricas de locais de Bucelas, sendo que alguns dos barris usados na destilaria foram feitos pelo grande amigo do Celas, o Zé Espiga.
Amigos, boa bebida e boa música, para o Celas não é preciso mais nada para uma boa festa. E o local escolhido não fica atrás. Este é um espaço em Bucelas que destila as suas próprias bebidas, com especial foco no Uisque Lusitano, Gin d’Aldeia e Cerveja, que amavelmente chamam de Saloia. É um local um pouco escondido, mas que vale muito a pena procurá-lo, e dizem os “estrangeiros” que parece que estamos em pleno Bairro Alto.
É mais um dos negócios emergentes em Bucelas, que começa a ganhar uma nova vida, um look renovado e claramente pede para se ficar na rua até mais tarde.
E a verdade é que a equipa do Somos Very Bucelas gostou tanto do espaço que fomos falar um pouco com o mentor deste projecto que transformou a sua grande paixão no seu hobbie preferido.

A Reportagem

Pode dar-nos umas luzes sobre o processo de destilação?

José Carlos – A Uisce Beatha Destilaria em Bucelas tem características únicas em relação a todas as destilarias da europa e talvez do mundo na produção de aguardentes ou uísque fabricados à base de cereais, porque geralmente todos os cereais que são fermentados com a casca do cereal juntamente com o líquido mosto, faz com que a leveduras libertem etanol que é uma substancia perigosa, o que leva este processo a uma segunda destilação que diminui a qualidade do produto. Enquanto na Uisce Beatha Destilaria a casca é separada do cereal e é só fermentado o mosto sendo um processo que mantém uma melhor qualidade e evita fazermos a segunda destilação. O processo da aguardente de fermentação demora 15 dias até passar a aguardente.
O processo da destilação da Cerveja Saloia é ainda mais caseiro pois é feito literalmente em casa numa panela, sendo normalmente feita uma produção de 50 litros com um período de fermentação de 10 dias.
Em Portugal ainda não existe uma cultura de fermentação de cereais pois estamos muito ligados à produção de vinho, como podemos verificar na nossa região com a casta Arinto. E o uísque leva um período muito alargado em barricas de carvalho comparativamente com outros produtos de fermentação de cereais mais rápidos.

Celas: Somos sinceros, para nós, leigos das artes químicas, parece-nos um pouco magia negra. Mas enquanto dessas “macumbas” continuar a sair esse néctar dos deuses, venha mais magia negra!

 

Celas: Como caracteriza o seu espaço? Destilaria ou bar?

José Carlos – Neste momento é destilaria/bar apesar de para mim ser ainda mais uma destilaria, após as obras de alargamento haverá um local para bar/snacks, entretenimento e outro local para destilaria.

A Reportagem

De onde surgiu a inspiração para a Cerveja Saloia, Gin D’Aldeia, Uísque Lusitano?

José Carlos – Em relação ao nome da destilaria – Uisce Beatha – é uma homenagem à descendência do povo ancestral celta que residia na zona Saloia, pois o primeiro nome dado ao uísque é de origem celta, povo que inventou o Uisce e podemos identificar essa herança ao verificar os símbolos da bandeira da freguesia.

O nome Gin d’Aldeia o nome surgiu devido a ter a crescido em Bucelas, apesar de ser uma vila vai ser para mim sempre a minha aldeia, havendo a curiosidade de que o meu avô pertencia a uma localidade perto Bucelas, conhecida por Aldeia Velha.

A Cerveja Saloia surgiu na inauguração da Uisce Beatha com um objectivo de ter uma cerveja diferente a nível de experimentação, pois é um sabor mais intenso com cerca de 7 graus de álcool.  O nome surgiu por estarmos na zona saloia e por a mulher saloia ser uma mulher de trabalho com “pêlo na venta”, foi um nome que casou muito bem com este tipo de cerveja. Um dos objectivos para a Cerveja Saloia é conquistar as pessoas que não gostam de cerveja e já houve algumas conversões.

Em relação ao Uísque Lusitano foi a primeira marca a ser criada e ficou com este nome por ser o primeiro uísque português com produção em Portugal.

E para o futuro. Pensa acrescentar mais produtos ou mesmo uma expansão?

José Carlos – Vamos abrir futuramente um novo espaço, com as futuras obras na Destilaria Uisce Betha, a sala de produção vai ser instalada apenas num local o que vai permitir uma produção maior principalmente da Cerveja Saloia, o que aumentará a distribuição e facilitará a experimentação por toda a zona saloia.
Esta sala de produção vai ser o primeiro contacto dos clientes para haver uma percepção maior da palavra artesanal nestes produtos.
Após esta expansão vamos preparar o lançamento de novas cervejas mais leves pois a Cerveja Saloia sendo uma Ale as suas características são mais de acompanhamento de refeições e em Portugal é um aroma que ainda está a começar ser a apreciado, diferentes das pilsners que são cervejas mais leves e de convívio e que são mais consumidas em Portugal.
O grande objectivo será lançar uma cidra com base nas cidras das Astúrias, mantendo mais uma vez um produto único na zona saloia e no resto do país.
Esse vai ser o conceito da Uisce Beatha, fazer constantemente produtos novos e diferentes dos que existem no mercado.
Neste momento das 3 produções artesanais da Uisce Beatha, os Bucelenses preferem o Gin D’Aldeia, mas deve ser por causa de tendências, o gin está na moda…